A Bahia – berço original do Brasil e hoje centro de uma cultura única em com influências de elementos africanos, indígenas e europeus – caracteriza-se por uma riqueza musical e cultural incalculável. Os blocos-afro e os afoxés da Bahia, criados desde os anos 50 e consolidados nos anos 70, há muito tempo são símbolos e catalisadores de uma nova consciência de multiculturalidade e multietnicidade. Valorizando sua herança africana, os afrodescendentes baianos afirmam a diversidade cultural de todo o país.
Em Salvador, cidade única que concentra a maior população negra do mundo, fora da África, se encontram, confrontam e fundem identidades oriundas de vários continentes e de universos culturais muito distintos. A herança da escravidão certamente se faz ainda sentir nas desigualdades sociais e na discriminação que atinge os afrodescendentes na atualidade. Mas, também se faz presente, de forma positiva e dinâmica, nas culturas e religiões afro-brasileiras, na música, na dança, na literatura e no cotidiano da população, que sabe preservar tradições e hábitos de culinária, de linguagem, de vestuário e de estética em geral; formas de relação social, familiar e de trabalho, cuja matriz são as culturas oriundas de África.
Toda esta riqueza cultural atrai hoje um número considerável de turistas de todo o mundo – e poderia atrair ainda muitos mais. A exploração do potencial turístico de Salvador e da Bahia é ainda incipiente. Falta uma concepção e uma prática de turismo cultural que vá além da folclorização e do pitoresco e que seja realmente embasada nas qualidades únicas do povo da Bahia.